
As quarenta e uma famílias da Comuna da Terra Irmã Alberta estão em festa pela comunicação do Instituto Nacional Reforma Agrária (Incra), de que os últimos empecilhos para o assentamento definitivo foram vencidos, após oito anos de sofrimento e de luta.
Quando em 2002, as mais de 100 famílias entraram na antiga fazenda Itayé (171 hectares), no km 27, da Rodovia Anhanguera, a conquista parecia fácil, mas eram tantas as famílias que foi necessário transferi-las para as comunas de Promissão, Itapeva e Iara. A fazenda de propriedade da Sabesp deveria ser transformada em mais um lixão, mas quem ficou a transformou em um jardim! No entanto, as famílias por não terem título de propriedade, não receberiam recurso do governo e viviam com medo de serem expulsas.
Com o apoio do MST e o acompanhamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT) dividiram os lotes, encanaram água e conseguiram luz. Em cada lote foram plantados milho, hortaliças, batata e mandioca para a sobrevivência e para vender. Com o passar do tempo, estabeleceram a área comunitária para assembléias, Ciranda da Criança, Educação de Jovens e Adultos (EJA), biblioteca e farmácia.
A Comuna Irmã Alberta conta com cinco pessoas formadas em Pedagogia na UFMG; seis em Agroecologia na Universidade de São Carlos (SP); uma mulher que estuda Jornalismo no Ceará e um jovem, Medicina em Cuba.
Homens e mulheres perdidos nas ruas da grande São Paulo ou espremidos nas favelas ao reencontro com a terra, voltaram a sentir alegria de viver e a esperança de ter uma vida melhor para seus filhos.
A terra é verdadeiramente um dom de Deus. Quem reencontra a terra aumenta a consciência dos seus direitos e de vida livre e cidadã.
Edição N° 195 - Março de 2011
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