Eu apoio as cozinhas solidárias
- Alderon Costa e David Zamory
- 10 de jan.
- 2 min de leitura
Atualizado: 17 de abr.

“Foi a cozinheira quem me ajudou. Pé no barro, fé na luta. E quem vai lá na cozinha, as cozinheiras dão comida saborosa, teto, trabalho e pão.” (trecho cantado na manifestação de Apoio às cozinhas Comunitárias)
No dia 24 de fevereiro, com um calor próximo dos 32 graus e sol forte, muitas pessoas se concentraram na Praça da República para participar do ato de apoio às cozinhas solidárias, contra as perseguições que vem sofrendo por parte de políticos e da grande mídia.

As cozinhas foram criadas durante a Pandemia de COVID 19, em 2020 para combater a insegurança alimentar que se alastrou neste período. Foram criadas para prover o preparo e a distribuição de refeições pela sociedade civil e de movimentos populares às populações mais vulnerabilizadas. Com a eleição de 2022, as cozinhas solidárias foram transformadas em política pública pelo governo Lula. Segundo o site do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, foi “instituído em 2023, pela Lei 14.628, e regulamentado pelo Decreto no 11.937/2024”, o Programa Cozinha Solidária também é estrategicamente vinculado a outros programas, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A ação será feita a partir de três modalidades: apoio com doação de alimentos in natura e minimamente processados, diretamente entregues pelo PAA; oferta de refeições por meio de entidades gestoras e apoio à formação e capacitação dos colaboradores e parceiros.” Já são mais de 2 mil cozinhas comunitárias por todo o Brasil que produzem e distribuem comida em centros comunitários, nas ruas, onde tenha pessoas com fome.
A manifestação foi o organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), teve a participação de mais de mil militantes, reuniu 56 cozinhas solidárias, além de parlamentares, lideranças de vários coletivos e movimentos sociais para denunciar essa estratégia da extrema direita, ou, da bancada da fome, como ficou conhecido esse grupo de parlamentares que são contrários às políticas públicas para acabar com a fome. “Eles querem acabar com estes programas, pois quando governaram era a “fi la do osso”, era a fome”, recordou Guilheme Boulos (PSOL), deputado Federal, fazendo referência à grande fome que atingiu muitas pessoas na pandemia, em 2020.

Após denúncias mal fundamentadas da imprensa, vereadores de São Paulo que se identificam como de direita, ameaçam as cozinhas com uma CPI. Seu objetivo não é melhorar e qualificar o serviço, mas sim eliminar as cozinhas
e assim tentar apagar o legado de fome do governo anterior. Segundo o vereador Toninho Vespoli (PSOL), “a extrema direita na Câmara Municipal com CPIs para criminalizar os movimentos sociais e as cozinhas solidárias.”
A manifestação foi caminhando até a Câmara Municipal, onde foi realizado ato de apoio às cozinhas e feita a distribuição de marmitas. O ato, além de repudiar a perseguição, falou da necessidade de se abrir ao menos mais 1000 cozinhas solidárias pelo Brasil, uma vez que a alta do dólar segue inflacionando o preço dos alimentos. Além disso, os movimentos exigiram do governo mais apoio às cozinhas, como a garantia de chegada de alimentos sem agrotóxicos e da agricultura familiar.

Edição N° 300 - Janeiro / Fevereiro de 2025
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