Passeio pela São Paulo
- Saturnino Pereira*
- 10 de jan.
- 1 min de leitura
Atualizado: 5 de mai.
Caminho pelas calçadas da cidade (às vezes nas ruas) e encontro: cinza no chão, cinza no cinzeiro e cinza no coração - dos carros.
Os carros passam de vidro fechado, cheio de medo daquela região, a prefeitura chama de “cena de uso”, mas eu vejo um monte de gente vivendo junto:
– Tem quem beba, tem quem cheira, tem quem fuma, tem quem ame e quem... Várias fitas, laços e histórias se desenrolam ali - pertinho da beira do rio.
A prefeitura e o Estado caminham vestidos de azul, verde, vermelho, laranja e cinza.

Nunca vi tanto policial parado, tomando conta do Estado, do patrimônio de alguém. Várias pessoas são hostilizadas: levam cobertor, remédio, dignidade e vontade de viver; aliás, essa faz tempo: desde que aconteceu tudo aquilo que machucou, oprimiu e dividiu a sociedade em cores.
E quem cuida de quem?
Cada um cuida de si e se puder, do outro. Tem trabalhador de política pública: da saúde, da assistência, dos direitos humanos, da defensoria que buscam cuidar junto. Tem quem olhe e queira que o Estado cuide com polícia, internação e tirando quem vive na calçada pra longe; ou que Deus ou as igrejas receba todo esse povo de braços abertos para uma grande redenção.
Saturnino Pereira,
“plantando sonho de que a gente se cuide junto Antes que os rios presos afoguem todos nossos sonhos depois de uma chuva.”
Contato: saturnino8pereira@gmail.com
Edição N° 300 - Janeiro / Fevereiro de 2025
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