A Pastoral do Povo da Rua lançou no dia 10 de fevereiro na Casa de Oração, em São Paulo, o livro “Povo da Rua, Povo de Deus” editado pelas Edições Loyola com apoio da Rete Radié Resch di Quarrata (Itália) e Editoração Eletrônica Mik Design. Numa cerimônia de confraternização, entre os presentes, alguns autores comentaram a importância e conteúdos desta publicação.
Neste livro, há várias informações sobre processos sociais que levam às pessoas às ruas, seus sofrimentos; história, mística, metodologia de trabalho e reflexões bíblicas a partir do trabalho da Pastoral com as pessoas em situação de rua ao longo dos seus 30 anos de existência.
Para Regina Maria Manoel, diferentemente do primeiro livro (Vida e Missão, Edições Loyola, 2003) que focou a realidade, as formas de resistência e organização da população de rua, neste há ensinamentos que podem ajudar diretamente agentes pastorais. “É uma produção coletiva que traça paralelos da história do povo da rua com a história do povo de Deus que está na Bíblia. Por exemplo, o povo que vive em êxodo, andando de lá pra cá, procurando o seu lugar. Depois tem a questão do exílio: o povo é deportado e mandado embora, que podem ser muitas situações, como a falta do trabalho, a falta de políticas, a questão da terra. São exilados da sua própria terra. E, também, há os profetas e profetisas da rua que dizem verdades que, às vezes não se ouve e nem se pensa”, explicou Regina.
Conforme padre Júlio Lancellotti, esta publicação é um instrumento de trabalho e de aprendizado. “A chave dessa cartilha é o seguimento de Jesus, o itinerário bíblico, dar identidade ao trabalho dos agentes pastorais que é, principalmente, formar comunidade com o povo da rua. Isso exige grande humanização da vida”, disse padre Júlio.
Segundo Luiz Kohara, outro autor do livro, “é muito importante fazer o resgate dos anos de 1980, porque recupera-se a história de uma prática que a Pastoral ainda continua, que é bastante vinculada à história da Bíblia, à luta que se vê dentro da Bíblia e também bastante relacionada com Jesus na perspectiva de justiça”. Isso fortalece o reconhecimento do valor da população que está em situação de rua e a vincula com a luta histórica da Bíblia”, afirmou Kohara.
Edição N° 195 - Março de 2011
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