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Seis são executados

Alderon Costa

Na madrugada do dia 11 de maio de 2010, seis pessoas foram assassinadas a tiros na rua Anoriaçu em Jaçanã, na divisa entre São Paulo e Guarulhos, sendo que cinco morreram no local. Adriano de Jesus ainda baleado conseguiu fugir até um posto de gasolina próximo ao local, foi socorrido e encaminhado para o Pronto-Socorro Padre Bento, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

A testemunha J. R. R., morador das proximidades do viaduto, relatou no Boletim de Ocorrência, que logo após os tiros, viu quatro homens fugirem em duas motocicletas em alta velocidade e não deu tempo de registrar as placas. De acordo com a Polícia Militar, as vítimas estavam debaixo do viaduto e foram alvejadas por balas atiradas.

Para Anderson Lopes Miranda, da coordenação nacional do MNPR e ex-morador de rua, em entrevista ao jornal O Trecheiro disse que “mais uma vez é doloroso para o Movimento que vem lutando por uma cidade melhor, sentir que não há interesse em consolidar os direitos dessa população e matar esse pobre, esse morador de rua. Será que acabar com a pobreza é matar o pobre ou é incluí-lo na política pública?

Para padre Júlio Lancellotti, o tratamento dado às pessoas em situação de rua é sempre violento e cada vez mais se agudiza. “Esse massacre tem muita semelhança e faz lembrar o “Massacre da Sé”, que aconteceu entre os dias 19 e 22 de agosto de 2004. Ele mostra que a impunidade leva a novas ações e que esta onda de violência que atinge a cidade e o estado, atinge de maneira ainda mais cruel a população de rua. Chama a atenção, que cidade parece ser feita de camadas e que estas não se relacionam. Existe uma cidade formal e oficial e existe uma cidade real. O povo da rua está na cidade real. A cidade formal, oficial e institucional não atinge essa cidade real”, disse padre Júlio.

Até o fechamento desta edição ainda não havia a identificação de todos os corpos e nem a identificação dos assassinos.  


GCM tenta intimidar do Povo da Rua


No dia 20 de maio, aconteceu "O Ato do Povo da Rua", uma manifestação das pessoas em situação de rua da cidade São Paulo contra a violência, agressão e mortes e por políticas públicas.

Logo cedo, um grupo de 50 pessoas encontraram-se embaixo do viaduto da Vila Galvão, na divisa de Guarulhos e São Paulo para uma celebração ecumênica. Foi lembrado que, naquele espaço, no dia 11 de maio, foram executadas seis pessoas em situação de rua. Assim, foram fincadas sete cruzes, como sinal de compromisso e visibilidade das seis mortes e a sétima em memória do massacre de 2004.

Às 9 horas, na Praça da Sé, estavam reunidas, aproximadamente, 800 pessoas que caminharam, em seguida, da Praça da Sé à Câmara Municipal. Ao passar pela sede da Prefeitura de São Paulo, funcionários da Guarda Civil Metropolitana começaram a filmar a manifestação. Segundo representante do Movimento Nacional da População de Rua, aquele fato representava uma forte intimidação e criticou a iniciativa da GCM.

No final, a manifestação foi recebida na Câmara Municipal por vereadores que compõem a “Frente Parlamentar em Defesa do Cidadão em Situação de Rua”.  




Edição N° 188 - Junho de 2010

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