
Lutar Não é Crime! Definitivamente! Ao final da tarde do dia 5 de abril, após decisão unânime dos jurados, a juíza Eva Lobo Chaib Dias Jorge do 1º Tribunal do Júri de São Paulo declarou a inocência de Gegê. Foram dois dias em que a angústia pairou sobre todos os companheiros que acompanhavam o julgamento, tanto dentro do plenário, sempre lotado, quanto daqueles que acompanhavam de longe. Após a juíza decretar definitivamente o fi m do júri, o plenário irrompeu em palmas e vivas de alegria. Todos se abraçaram de alívio após tanta tensão, como se abraçassem o próprio Gegê, com sorrisos nos rostos e não raras vezes com as faces molhadas de lágrimas.
A absolvição já se mostrava possível após a fala final do promotor de justiça, Roberto Tardelli. Quase ao final de sua longa arguição afirmou que, apesar da falta de provas ainda restava dúvida, e que por isso pedia que os jurados o absolvessem. Mas a decisão final caberia aos jurados.
Em seguida, o advogado Dr. Guilherme Madi Rezende tomou a palavra para fazer a defesa de Gegê. Segundo ele, sua inocência era evidente diante das provas. Logo após, os jurados se retiraram para a votação secreta. Em poucos minutos voltavam para suas cadeiras e a juíza leu a decisão final.
Foram oito anos de paralisação da vida política de Gegê. Foram meses de trabalho intenso por parte de seus apoiadores, principalmente do Comitê “Lutar Não é Crime”, que atuaram contra o risco de criminalização. Foram dois dias tensos de julgamento, em que estavam presentes representantes de diversos movimentos sociais, de entidades defensoras de direitos humanos, de senadores, deputados federais e estaduais, vereadores, amigos e familiares. Mesmo as testemunhas de defesa, após seus depoimentos, ali continuaram até o final, incluindo o irmão de Gegê, o cantor Chico Cesar. O senador Eduardo Suplicy, também testemunha, expôs o caso ao Senado, em Brasília.
Dia 5 de abril não foi somente o dia da liberdade de Gegê, foi o dia em que os movimentos sociais de luta pela vida com plena dignidade humana tiveram a certeza de que a luta vale a pena. Esta data foi histórica para a luta dos movimentos. Por tal importância, foi protocolado na Câmara Municipal, pelo vereador Chico Macena, projeto de lei que institui o 5 de abril como dia municipal pela luta contra a criminalização dos movimentos sociais.
A LUTA ONTINUA. LUTAR NÃO É CRIME!!!
Mais informações: www.lutarnaoecrime.blogspot.com
Edição N° 196 - Abril de 2011
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