
É dia 24 de dezembro de 2010. O palco está montado na Sé e aos poucos a praça vai se colorindo de gente. O Natal Solidário é um evento que já está em sua 7ª edição e é uma festa de confraternização preparada pelo Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) e por várias organizações parceiras*.
A preparação deste evento começou no final de setembro e durante três meses, reuniramse, semanalmente, cerca de 30 pessoas para definir a programação e tomar as providências. Não há dinheiro para tudo, mas a equipe sonha, e decide fazer uma série de atividades: grafitagem, confecção de objetos criados a partir de materiais recicláveis, recolher mensagens e imagens em vídeo, atendimento para encaminhamentos jurídicos e de denúncias para casos de violência e discriminação contra a população de rua, trocas e doações de livros e revistas e a confecção de cartões de Natal. Soma-se a essa efervescência de vontades criativas, um presépio vivo que se apresentou para trazer mais cor e poesia para a festa.
Para Nina Laurindo, do Sefras, o Natal Solidário foi muito bom pela presença de muitas pessoas novas ligadas a musica. “O diferencial deste ano foi a organização de toda a parte cultural com o envolvimento de muita gente”.
Do palco montado na Praça da Sé, via-se a alegria espelhada no rosto dos participantes. Ali se apresentaram vários artistas, cantores, atores vindos não somente da situação de rua e mostravam seus talentos!
Anderson Lopes Miranda, do MNPR, abriu a programação com uma ciranda e apresentação da peça “Liberdade, liberdade”, de Millôr Fernandes, dirigida por Tereza Aguiar. Em seguida, foram se apresentando, seu João Montreal e convidados; Bob Neto; Carlinhos Luz; o Sarau Encontro de Utopias; Cydoca; Enah há e banda; Wilminha da Vai-Vai; Nelson Brolesi; Ed Boy do Pandeiro; Dinho Nascimento acompanhado de sua esposa Cecília e do grupo Raizate (Pilar e filhos); as bandas Astronauta; Moleque de Rua; Unidade Reggae; Xemalani e Estilo Livre, dentre outros.
“Foi fundamental participar e organizar esse Natal. Foi um dos melhores natais solidários que eu participei porque soubemos lidar com todas as situações, confortar o povo mesmo carente de rua e levamos alegria às pessoas”, disse Joeliton Alves dos Santos.
No meio da tarde há uma pausa para um respiro e o padre Günther transmitiu mensagem de esperança e conforto espiritual aos presentes. A festa foi até às 19 horas.
A realização do Natal Solidário, para Anderson Lopes Miranda, propiciou “maior aproximação entre as organizações e os companheiros de rua. É um trabalho muito legal que é feito com a rua e para a rua. Isso é fundamental. Neste Natal houve grande repercussão e a cada ano ele vai melhorar na participação. Nenhum acidente houve porque o povo fez parte e se sentiu incluído”.
* Associação Rede Rua; Caicó; Caixa Econômica Federal; Ceasa; Centro Franciscano de Reinserção Social/Sefras; Centro Gaspar Garcia; Encontro de Utopias; Fórum de Esquerda, Metuia; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome/Secretaria Nacional de Assistência Social; Ministério dos Esportes; Movimento de Moradia/ Pastoral Ipiranga; Mundo em Foco; OAF/Minha Rua Minha Casa/Casa de Oração; OCAS; Refeitório Penaforte; Secretaria Nacional dos Direitos Humanos; Sindicato dos Comerciários; Smads e ARSE e Unilever.
Edição N° 194 - Janeiro / Fevereiro de 2011
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