Reduzir riscos e danos sociais e à saúde ‘Centro de Convivência É de Lei’ completa 26 anos
- Ananda Portaro
- 10 de jan.
- 2 min de leitura
Desde o final dos anos 80, o alto índice de infecção por HIV/AIDS entre pessoas usuárias de cocaína injetável no Brasil,
devido ao compartilhamento de agulhas, levou ao surgimento de ações e discussões sobre Redução de Danos. Neste cenário, foi identificada a necessidade de criar um espaço de interação social, para além do tratamento de questões de saúde. Foi assim que, em 5 de dezembro de 1998, foi fundado o Centro de Convivência É de Lei, o primeiro Centro de Convivência dedicado ao atendimento de pessoas afetadas pelas políticas de drogas no Brasil.
Desde sua criação, o Centro de Convivência É de Lei, uma organização da sociedade civil sem
fins lucrativos, tem se dedicado à promoção da redução de riscos e danos sociais e à saúde relacionados à política de drogas. Suas ações incluem práticas de redução de danos, ensino, pesquisa, comunicação e incidência política. A organização representa aqueles cujos direitos são violados e trabalha para amplificar suas vozes, garantindo que o mundo as ouça. Ao longo dos anos, participou de seminários, congressos e conferências sobre o tema; desenvolveu e executou projetos; promoveu capacitações; recebeu prêmios e consolidou-se como referência nacional e internacional na área de Redução de Danos.

Em dezembro de 2024, a organização celebrou seus 26 anos com um evento especial em sua sede, localizada na Rua Lettiere, no 65, na Bela Vista. O evento teve início às 14h, com a tradicional convivência de segunda-feira à tarde, realizada semanalmente na sede, que, nesta ocasião, aconteceu em conjunto com o Fórum da Rede Centro, um projeto do É de Lei que ocorre mensalmente. O Fórum foi mediado por Ananda Portaro e Cleiton Ferreira (conhecido como Dentinho), ambos membros da organização. Durante o Fórum, foi feito um balanço das atividades e discussões de 2024, e, ao final, o grupo de teatro do CAPS Itapeva apresentou uma cena sobre o tema principal debatido pelo Fórum ao longo do ano: as internações e institucionalizações involuntárias. Esta atividade contou com a participação de cerca de 40 pessoas.
Após uma pausa para convivência e alimentação, foi realizada uma roda de conversa intitulada “HIV na Quinta Década”, mediada por Karin Di Monteiro e Danee Amorim, do Centro de Convivência É de Lei, e Dayana Carneiro e Betinho Pereira, do Projeto Bem-me-quer. Esta roda, que também reuniu aproximadamente 40 pessoas, proporcionou um espaço de diálogo sobre as vivências de quem vive com HIV nos dias de hoje, abordando temas como estigma, prevenção e tratamento.
Para encerrar o evento, após mais um momento de convivência e alimentação, houve uma apresentação musical do Grupo Sambiá, que contou com participações espontâneas de pessoas do público.
Ao longo do evento, aproximadamente 80 pessoas circularam pela sede da organização. A equipe do Centro de Convivência É de Lei expressa sua imensa gratidão por comemorar 26 anos de trabalho e por ver o impacto de nossas ações traduzido em momentos de diálogo tão significativos e importantes.
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Edição N° 300 - Janeiro / Fevereiro de 2025
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