top of page
20231031_site_testeira O Trecheiro.png

Ocupações marcam semana de reivindicações por moradia digna

Renata Bessi

Cerca de 700 pessoas da Frente de Luta por Moradia (FLM) fizeram, por cinco dias, do Viaduto do Chá seu lar. O acampamento, feito na madrugada de segunda-feira (26/04), foi completo. Colchões, cobertores, uma cozinha e até um banheiro foi montado. Tudo isso para reivindicar aos governos municipal, estadual e federal condições dignas de habitação para a população de baixa renda. Para um dos coordenadores da FLM, Osmar Borges, a saída para o déficit habitacional e para os graves problemas de São Paulo não será encontrada apenas por um dos governos. “Sabemos que este esforço deve ser de todos os níveis”.

A maior parte dos acampados foram despejados da ocupação Alto Alegre, em São Mateus, em outubro do ano passado. Depois do despejo, as famílias foram morar na calçada em frente à antiga ocupação. Depois de receberem atendimento emergencial por quatro meses, as famílias voltaram a ficar sem nenhum tipo de atendimento. Fernanda Evangelista, 24 anos, ex-moradora do Alto Alegre, faz um desabafo. “A lei não funciona para pessoas de baixa renda, por este motivo saímos às ruas para mostrar que temos força e garra para reivindicar”.

Depois de negociações feitas com os três níveis de governo e com a Caixa Econômica Federal, as famílias deixaram o viaduto. Terão atendimento emergencial prorrogado. Além disso, saíram com a promessa de que a CDHU deve estudar a possibilidade de desapropriação do terreno, de 34 mil metros quadrados, que havia sido ocupado em São Mateus.

Se ocorrer a desapropriação, o Ministério das Cidades se comprometeu a entrar com o programa Minha Casa, Minha Vida para a construção das moradias. “Sabemos que este é apenas o início de um longo processo. A luta está apenas começando”, afirma Borges.  


Ações


A ocupação do Viaduto do Chá fez parte de uma série de ocupações da FLM na madrugada da segunda-feira. Outros dois edifícios no centro da cidade foram ocupados, nas avenidas Prestes Maia e 9 de Julho, além de um terreno no bairro M’Boi Mirim, Zona Sul.

Segundo a coordenadora do Movimento dos Sem-Teto do Centro (MSTC), Ivanete Araújo, em apenas uma semana de ocupação na Prestes Maia, a coordenação da ocupação recebeu o pedido de cerca de 100 famílias que estão em situação de rua ou em condições precárias de moradia, como cortiços, para se juntar à ocupação. “Isso mostra que a quantidade de pessoas que não tem um lugar decente para morar é muito grande”, afirma Ivanete.  




Edição N° 187 - Abril e Maio de 2010

0 visualização0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page