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Editorial: Mortes, palanque, publicidade e impunidade

Paulo Pinto/Agência Brasil
Paulo Pinto/Agência Brasil

A dor, o choro e a indignação pelas mortes que não precisavam acontecer. Nossa solidariedade às famílias e aos amigos dos jovens que foram cooptados pelo tráfico, aos policiais e a toda a sociedade, que também morre em sua humanidade a cada massacre e chacina.

No caso do Rio, segundo nota pública dos movimentos sociais, “o que se testemunhou foi uma operação de extermínio, não uma política de segurança. O uso indiscriminado da força, o desrespeito à vida e à dignidade humana e a ausência de transparência configuram graves violações de direitos humanos e rompem com os princípios fundamentais que devem reger qualquer ação estatal: legalidade, transparência, necessidade, proporcionalidade, precaução e responsabilidade.”

O sucesso de uma operação não pode ser medido pelo número de mortes, de nenhum dos lados, e muito menos pelos aplausos de pessoas que se dizem cristãs diante da dor e do sofrimento de tantas famílias.

O jornal O Trecheiro, sua equipe e todos aqueles que lutam pela vida e pela dignidade das pessoas manifestam sua solidariedade a todos e todas que sofrem com esses conflitos e acabam chorando suas perdas. Toda vida importa e precisa ser resgatada. Talvez nem a própria pessoa tenha o direito de desistir de viver. Viver não pode ser apenas uma escolha — é um direito, independente da condição social.

Neste espaço, fazemos nosso silêncio indignado diante de tantas mortes que viram palanques, publicidade e permanecem impunes.

 

  • 2 de outubro de 1992 - Massacre do Carandiru – 111 mortes de pessoas que estavam detidas na Casa de detenção pela polícia militar de São Paulo. 

     

  • 23 de julho de 1993 - Chacina da Candelária - oito jovens foram assassinados nas proximidades da Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro.

     

  • 17 de abril de 1996 - Massacre de Eldorado dos Carajás – 19 mortes de militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e 1.200 feridos.


  • 19 de agosto de 2004 - Massacre da Praça da Sé, sete pessoas em situação de rua morreram e outras seis ficaram gravemente feridas.


  • 12 de maio de 2006 - “Crimes de maio” – foram mais de 550 pessoas “sumariamente executadas” em São Paulo entre os dias 12 e 21 de maio.

     

  • 6 de fevereiro de 2015 - Chacina do Cabula - 13 jovens negros foram brutalmente executados, no bairro do Cabula, em Salvador. Bahia.


  • 13 de agosto de 2015 - Chacina de Osasco e Barueri - 17 pessoas foram executadas a sangue frio e outras sete feridas que sobreviveram.

     

  • 11 e 12 de novembro de 2015 - Chacina de Curió - onze adolescentes, jovens e adultos, brancos e negros foram executados na cidade de Fortaleza-CE.


  • 1 de dezembro de 2019 - Massacre de Paraisópolis morte de nove jovens ocorrido no bairro de Paraisópolis uma ação da Polícia Militar num baile funk na cidade.


  • 28 de julho de 2023 Operações Escudo e Verão- com 84 pessoas mortas na Baixada Santista, em São Paulo. 

  • Dia 28 de outubro de 2025 – Matança no Rio de Janeiro- mais de 120 mortos numa operação policial contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro.

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